A pílula do dia seguinte encontra-se à venda desde o ano 2000, sendo cada vez maior a sua procura, quando a mulher teme engravidar.
Como se toma? Quais as consequências? São as perguntas mais frequentes.
A Internet parece ser o meio menos constrangedor para obter informação. Sites como o http://piluladodiaseguinte.no.sapo.pt/ dão respostas para algumas dúvidas. A pílula do dia seguinte só deve ser usada como medida de emergência, para prevenir a gravidez após uma relação sexual desprotegida durante o período fértil. Quando ingerida no máximo até 72 horas após o acto sexual, reduz o risco de engravidar, embora não seja 100% eficaz. Se a mulher já tomar a pílula contraceptiva regular, deve continuar a fazê-lo.
Ginecologista na Maternidade Professor Bissaya Barreto, em Coimbra, Inês Marques explica que a eficácia da pílula diminui tanto mais, quanto mais tarde for absorvida. Alertando para as suas consequências, pelas elevadas doses hormonais, a médica diz que “o uso excessivo da pílula abortiva altera o ciclo menstrual e prejudica gravemente a saúde, causando riscos como tromboses, cancro da mama, do útero e até mesmo problemas numa futura gravidez”. Se depois de tomar a pílula do dia seguinte, a mulher pretender ter relações sexuais, “deve usar um contraceptivo de barreira, como o preservativo”, aconselha. “A pílula é abortiva porque impede a implantação, não impede uma gravidez já instalada. Este medicamento não actuará se a mulher tiver outra relação sexual desprotegida, antes da menstruação seguinte”.
A ginecologista reforça a ideia de que o vómito e a diarreia podem acontecer após a toma da pílula abortiva, assim como uma hemorragia.
Para a médica, “há um desfasamento entre o crescimento do corpo e a maturidade. Quando surge uma oportunidade inesperada, não sendo tomada uma precaução, a pílula do dia seguinte é para muitas jovens a solução. Num meio académico como o de Coimbra, acontece regularmente. Certos erros devem-se à falta de um seguimento de planeamento familiar e ginecológico”.
Segundo o JN, “as portuguesas compraram quase 240 mil pílulas do dia seguinte, em 2006”. Daniel Pereira da Silva, da direcção da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, sublinhou ao JN que “a toma da pílula do dia seguinte equivale ao consumo de 15 comprimidos de uma pílula convencional”. Vera Rodrigues, farmacêutica na Farmácia Estádio, em Coimbra, diz que os picos de venda da pílula abortiva, este ano, foram em Janeiro, depois da passagem de ano, e em Maio, época da Queima das Fitas. “Seguimos um protocolo de ética. Fazemos perguntas chave e só fornecemos consoante as mulheres preencham certos requisitos. Damos um folheto informativo e aconselhamos que se dirijam ao serviço de contracepção de emergência na Maternidade Daniel de Matos. Não vendemos a homens e se verificarmos que é um risco para a saúde da mulher, recusamo-nos a dá‑la”, reforça.
A pílula do dia seguinte pode matar devido aos factores de risco causados pelos efeitos secundários, havendo “pelo menos cinco casos de morte”, revelou Margarida Castel-Branco, investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, ao Diário as Beiras. Embora a lei determine que seja fornecida gratuitamente nos Centros de Saúde e hospitais públicos, a pílula do dia seguinte é de venda livre e o preço ronda os 10 euros.
Inquiridas 20 estudantes do ensino superior, conclui-se que cinco já tomaram a pílula do dia seguinte e todas dizem estar bem informadas.
Ana viu-se obrigada a comprar a pílula abortiva por estar a tomar um antibiótico que cortava o efeito da pílula contraceptiva regular. Confessa ter sido uma irresponsabilidade, uma vez que estava informada e remata: “Por vergonha, pedi ao meu namorado que fosse à farmácia, não se pode repetir”.
Rita Matias
3º Comunicação Social
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Pílula do dia seguinte
é solução de último recurso
às
10:30
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