Novo ano, novo aumento do preço dos combustíveis. O povo reclama e a comunicação social aproveita para explorar o acontecimento pela sua relevância, pelo impacto que tem na vida das pessoas. Regateamos, apontamos culpados e nem sempre nos apercebemos que este aumento esconde um problema mais grave: a escassez do petróleo, o bem essencial sobre o qual assenta a economia mundial.
Vive-se na ilusão de que este é um bem infinito, quando afinal é um recurso à beira do colapso. As reservas da Sibéria Ocidental vêem o seu fim para breve e os campos de petróleo do Mar do Norte e do Texas estão esgotados; os do Canadá, Rússia e Noruega encontram-se em declínio. Até a reserva da Arábia Saudita está prestes a atingir o pico de produção, o que significa que depois entrará em declínio. Tenhamos noção de que, sendo este o maior produtor de petróleo, se ele acabar, o mundo fica sem energia.
Sem petróleo não podemos ir para o trabalho; o transporte de bens e matérias-primas pára, conduzindo, consequentemente, ao encerramento das fábricas que sem matéria-prima não funcionam; o cancelamento da produção e distribuição de produtos leva à paralisação da economia. Neste cenário as empresas encerram, as pessoas são despedidas, perdendo o meio de subsistência; o transporte de alimentos estaciona, trazendo a fome e o desespero; rompe-se a ordem pública que culmina em motins e pilhagens. Instala-se o caos.
Confrontados com esta previsão, talvez deixemos de nos preocupar tanto com os aumentos dos combustíveis e comecemos a pensar em soluções viáveis, nomeadamente no investimento em energias alternativas (mais baratas e menos poluentes).
Incomoda-me esta descontracção por parte de todos, especialmente da comunicação social. Responsável pela alimentação da opinião pública, além de dar conhecimento dos problemas devia também apresentar as causas e as possíveis soluções (que já existem). Incomoda-me que andemos a levitar quando este é um problema que vai afectar todos, sem excepção. Incomoda-me saber que é a corrida a esse magna da energia que está por detrás de guerras (a do Iraque é disso exemplo) e de mortes e que a política, o capitalismo, o egocentrismo e o “Bushismo” sejam um entrave ao desenvolvimento de novas energias.
E assim vamos vivendo preocupados com o que realmente interessa, como o possível relacionamento de Hugo Chávez com Naomi ou a transferência de Hélder Postiga para o Panathinaikos por quatro milhões. O petróleo? Oh, que tem o petróleo?!
Diana Andrade
3º Comunicação Social
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Economia mundial à beira da ruptura
às
20:00
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