Pronto! Acabou mais um tabu na política portuguesa. O Governo decidiu: o Tratado da União Europeia, vai ser ratificado no Parlamento e não em referendo.
O primeiro-ministro, José Sócrates, invocou um “princípio de solidariedade” para com os seus parceiros do Velho Continente. O chefe do Executivo, pressionado, alinhou no receio dos restantes líderes europeus, que tremem com a possibilidade do Tratado assinado em Lisboa levar o mesmo destino do defunto Tratado Constitucional.
O referendo seria um risco, que Sócrates não quis correr. Os portugueses poderiam ser tentados a avaliar a actuação do seu Governo e não o Tratado, que poucos sabem o que é, a que se destina, para que serve.
Convenhamos que Sócrates até tem a seu favor a pouca participação nas consultas populares anteriores, sobre outras matérias, e é, igualmente, conhecida a pouca apetência nacional pelas questões europeias.
Todavia, a opção governamental está longe de ser aceitável.
O Partido Socialista estava “amarrado” à promessa eleitoral de ratificar por referendo o tratado europeu. (Dizer, sr. primeiro-ministro, que o compromisso respeitava ao “Tratado Constitucional” e este é de “Lisboa” é tentar iludir uma realidade que se sabe quase igual. É tapar o Sol com a peneira. Fica-lhe mal!). Rasgou-a!
Com esta decisão, o país perdeu uma excelente oportunidade de discutir o projecto europeu. Os portugueses nunca disseram de sua justiça o que pensam sobre algo que acabou por mudar as suas vidas. Era a hora.
Era a altura de explicar as vantagens de “estar” na Europa. A união monetária, o euro, que tanta carteira vazia tem deixado. Os milhões que chegam todos os dias para investimentos e que poucos vêem. Era uma excelente oportunidade para debater e “convencer” das vantagens de tudo isto. Mas não. Prevaleceu a solidariedade inter-pares, em detrimento da “autonomia” nacional, do esclarecimento.
No dia do referendo, os portugueses não trocariam, por certo, uma tarde num qualquer centro comercial, por uma ida às urnas, contudo, a campanha eleitoral ajudaria à “integração”. Os políticos, do bloco central – é bom dizê-lo-, acham que é melhor assim. Quando mais ignorantes, menos interesse em perguntar sobre matérias para as quais, porventura, não há resposta. Esta, por exemplo: Até onde a União Europeia nos vai levar? Se é que nos vai levar algures…
Luís Melo
3º Comunicação Social
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Mal tratados!
às
20:05
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