Resolução de Ano Novo (bem ao estilo do “Diário de Bridget Jones” ): não acender um cigarro se não me encontrar ao ar livre.
A lei antitabagismo “entrou a matar”. De um momento para o outro, tudo mudou radicalmente. Agora, antes de sair de casa para ir beber um café e fumar tranquilamente um cigarro, todos os fumadores têm de consultar o blogue de Francisco José Viegas, tal como se consulta os horários antes de ir para a estação de comboios. A diferença é que se não apanharem um comboio, sempre podem ir no seguinte, enquanto que se, por ventura, tiverem o azar de se deparar com a porta desse (raro) café fechado, provavelmente não poderão entrar na porta ao lado.
Os fumadores que conheço, na sua maioria, queixam-se de discriminação, uma espécie de “nova xenofobia”. A lei não conseguiu encontrar um equilíbrio que se baseasse num respeito mútuo. Os direitos dos não fumadores estão assegurados. Os fumadores têm o DEVER de não incomodar, o DEVER de respeitar a saúde pública, o DEVER de respeitar os outros.
Os argumentos são sempre os mesmos e a conclusão recai quase sempre num encolher de ombros indiferente, seguido da frase que parece estar mais na moda: «Lá fora também é assim e ninguém morreu». Vamos então seguir os exemplos lá de fora e deixar os nossos belos carros nas garagens, prefiramos as bicicletas! É nosso dever não poluir o ar que respiramos! Sigamos os exemplos lá de fora e instalemos um sistema de saúde como o francês. Não. A nossa política é encerrar, todos os dias, serviços novos nos hospitais. Agora as pessoas já não fumam passivamente, já não ficam tão doentes. Tantos hospitais? Não é preciso.
Sou uma fumadora em “processo de libertação”. Respeito o direito dos outros desde que o meu também seja respeitado. Até posso passar uma tarde inteira sentada num café e não me custa nada não acender um único cigarro…mas gostava de ter liberdade para decidir.
Apesar de tudo, acabo por ter que me render às evidências. «Lá fora ninguém morreu». O ser humano é feito de hábitos. A lei não vai recuar. Pode mudar, um pouco, mas nada mais. Havemos de acabar por nos habituar. E integrará a nossa normalidade.
Encaremos o cumprimento da lei como mais uma das resoluções para este novo ano. Bem ao estilo Bridget Jones. Não são impossíveis, por mais que assim pareçam. Apenas depende de cada um. Da forma como encaramos as mudanças. E do tempo que levamos a nos habituar a elas...
Vânia Furet
3º Comunicação Social
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Fumo e cismo
às
19:57
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