A Europa está de portas abertas. São cada vez mais os jovens que se aventuram a descobrir novos países. O desejo de partilha de experiências e o conhecimento de novas culturas são duas fortes razões que incentivam jovens de toda a Europa a realizar a mobilidade Erasmus.
O protocolo Erasmus é um programa de mobilidade de estudantes do Ensino Superior entre estados membros da União Europeia. Permite que os alunos estudem noutro país por um período de 3, 6 e 12 meses. Os estudantes, dentro das universidades europeias que têm acordo Erasmus com a universidade que frequentam, podem escolher a instituição que lhes agrada mais.
Apesar da tarde de sol, sente-se o frio e corre um vento húmido vindo do rio Mondego, em Coimbra. “Não compreendo”, responde timidamente e com um sotaque italiano, Davide Russo, ao empregado do café onde está sentado, quando este lhe pergunta: “o que deseja tomar?”.
David Russo de 22 anos, trocou Florença por Coimbra há mais de três meses. Morava e estudava em Florença na Universitá degli Studi di Firenze, no 2º ano do curso de Estudos Internacionais. Chegou a Portugal em Setembro e escolheu estudar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
“Realizar a mobilidade Erasmus era algo que não estava nos meus planos”, confessa Davide. Decidiu iniciar esta aventura depois de conhecer estudantes Erasmus portugueses que integraram a sua turma enquanto estudava na cidade italiana, “percebi que o contacto com outras culturas e pessoas, contribuem muito para a nossa evolução social e cultural”.
Chegou a Portugal sozinho, com “armas e bagagens”. Confessa ter sentido medo de não se integrar num país, para ele totalmente desconhecido. Os dias passaram, o medo desapareceu e admite agora, estar perfeitamente integrado na sociedade portuguesa. “Conheci pessoas novas incluindo outros estudantes Erasmus italianos e agora adoro esta cidade, as pessoas são muito simpáticas”, revela Davide.
Coimbra é conhecida, em Portugal, como a cidade dos estudantes e também considerada uma das que melhor integra os estudantes Erasmus. Davide é um dos 530 estudantes Erasmus nesta cidade portuguesa e a Universidade de Coimbra conta com 340 acordos entre universidades e instituições públicas e privadas por toda a União Europeia. Frequentemente são organizadas festas de Erasmus, na qual pode participar qualquer pessoa (mesmo não sendo estudante ou Erasmus). O importante é “a partilha de culturas e experiências”, esclarece Davide, num português ainda confuso. Com espanto, recorda ter encontrado numa dessas festas, alguns dos portugueses Erasmus que conheceu em Florença.
Escolheu Portugal, por ser um país quente e principalmente, por ter curiosidade em conhecer a cultura portuguesa. A escolha da cidade de Coimbra também não foi ao acaso. Colegas de turma, em Florença, que já tinham realizado esta mobilidade, descreveram as suas vivências pela “cidade dos estudantes portuguesa” como uma “experiência única” e “muito produtiva a nível social e educacional”.
Quanto ao ensino português, Davide, considera-o “acessível”. As disciplinas que escolheu realizar na Faculdade de Letras são semelhantes ás que realizou em Itália, mostrando-se por isso optimista em relação ao seu aproveitamento escolar neste ano lectivo.
Veio para ficar durante seis meses mas, pensa agora em prolongar o prazo da sua matrícula em Portugal, “já contactei os serviços administrativos da minha universidade em Florença, para saber se é possível ficar em Coimbra mais um semestre”. Está a adorar esta nova experiência. Ambiciona repetir a mobilidade Erasmus antes de finalizar o curso. Caso isso não seja possível, promete voltar em breve para rever os amigos, com os quais garante ter “traçado grandes laços de amizade”.
Cláudia Ferreiro
3º Comunicação Social
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Europa sem fronteiras
às
18:45
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