Na origem de um número cada vez maior de bebés proveta e da crescente inseminação artificial, destaca-se Robert Clark Graham, um milionário americano que se dedicou à engenharia genética e que já criou mais de 200 crianças: bebés em tubos de ensaio, cuja etiqueta tinha, apenas, escrito “Amarelo-Azul”.
Para a criação destes bebés existem algumas regras: os dadores de sémen não podem ter quaisquer fraquezas genéticas, não podem ter mais de 40 anos, não podem gerar mais de 20 filhos e, acima de tudo, e condição indispensável, deverão ter um Quociente de Inteligência (QI) de pelo menos 120 (mais 30 pontos do que a média). As mães têm de estar casadas com homens financeiramente bem sucedidos e que não possam ter filhos biológicos e têm de ter, também, um QI elevado.
O objectivo de Graham é melhorar a raça humana e não degradá-la. Será preciso tudo isto para a melhorar? Não deveria isso partir das próprias pessoas? Não será com pessoas como o Dr. Graham que a humanidade se degrada, querendo sempre mais e melhor do que aquilo que pode realmente ter? Por que ficará excluída deste tratamento uma pessoa que possua 119 de QI? Não valerá o mesmo que as outras apenas com mais um ponto?
O Dr. Graham assegura que são dadas as devidas oportunidades às crianças “de marca” para aproveitarem plenamente todo o potencial que têm e virem a ser pessoas importantes para a humanidade. E porque não dar as mesmas oportunidades a outras crianças “normais”? Se as “de marca” já são inteligentes ao ponto de aos 9 meses já andarem, aos 2 anos dominarem o computador e aos 5 lerem Shakespeare, poderiam dar-se essas tais oportunidades a outras crianças não tão inteligentes.
Esta história não lhe lembrará uma outra? Existe um inegável paralelismo entre gerar crianças super inteligentes e o sonho de um senhor chamado Hitler – que de senhor tinha muito pouco – de criar uma raça ariana superior. Não deveriam as oportunidades de crescimento e de desenvolvimento ser iguais para todos? Não só os homens e mulheres com elevado grau de inteligência deveriam trabalhar com este médico, assim como também os outros “menos dotados”? Se é para melhorar a raça humana, não estamos no caminho certo...
Sendo os bebés fruto e resultado de algo denominado “Amarelo-Azul” não sairão um pouco “verdes”? Talvez seja dessa côr a mentalidade deste brilhante cientista que deve amadurecer as suas ideias éticas…
Analisa Lucas
3º Comunicação Social
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Amarelo-Azul
às
19:28
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