crónica
Em 2006, no meu segundo ano de licenciatura, decidi fazer parte das estatísticas e ser um aluno Erasmus durante um semestre. Começou, então, o meu percurso “erásmico”.
Após a seriação dos candidatos, e respectivas colocações, a azáfama e burocracias começam a fazer parte da vida de um futuro estudante Erasmus. Surgem as reuniões com a coordenadora de curso para acertar a questão das equivalências, as consecutivas idas ao Gabinete de Relações Internacionais (GRI) para esclarecimentos e informações acerca de papéis a enviar. Até o que não está previsto surge.
Todo o meu processo de “pré-Erasmus” começou no segundo semestre do primeiro ano da minha licenciatura. Na minha cabeça, tudo estava planeado. A certeza de que o início do meu segundo ano seria algures numa ilha chamada Inglaterra já estava instalada, mas não por muito tempo… A demora da resposta vinda do Cumbria Institute of the Arts deixou-me intrigado. A minha presença no GRI começou a ser uma constante. “Já responderam da universidade?” Foi a questão que durante semanas coloquei e para a qual obtive uma única resposta: “Não.” Comecei a ficar reticente…. Como eu, havia mais dois alunos que aguardavam a resposta positiva. Um dos alunos iria pelo período de um semestre, sendo que o outro iria pelo período de um ano. O tempo escasseava e uma resposta tinha de me ser dada. Mais uma vez, perguntei à responsável pelo meu processo de Erasmus: “Sofia, então já tens uma resposta?” “Sim.” Um sorriso logo apareceu, mas, num ápice desapareceu. A universidade inglesa não nos aceitou no primeiro semestre, porque receberam os papéis fora do prazo. “Como é que é possível?”, perguntei. A resposta que recebi do GRI foi a de que este tinha enviado os papéis atempadamente e que eles, em Inglaterra, é que não estavam preparados para nos receber no primeiro semestre. Palavra contra palavra! Quem disse a verdade? Ainda hoje me pergunto.
De três alunos propostos ficam dois. Teresa Teixeira, uma aluna de Comunicação Social, que actualmente já se encontra licenciada, tinha a sua estadia programada para um ano lectivo. Com todo este desenrolar, Teresa viu-se obrigada a mudar para a sua segunda opção, a Holanda.
Os outros dois alunos viram o seu Erasmus ser adiado para o segundo semestre, uma vez que o país que realmente queriam era Inglaterra.
Ao aproximar-se o fim do primeiro semestre, a azáfama recomeçou e, depois de todas as burocracias tratadas - procuração, cartão europeu de saúde, assinaturas de contratos, entre outros - o momento de partir chegou.
Newcastle foi a cidade que me acolheu num primeiro momento, uma vez que foi lá que poisei o primeiro pé em território inglês. Posteriormente, a minha estadia foi passada em Carlisle, onde ficava a universidade.
Após conhecer a universidade e a minha tutora, escolhi o meu plano curricular. Como me tinham informado na ESEC, enviei o plano curricular para a coordenadora de curso e para o gabinete de relações internacionais, para saber se realmente podia frequentar as cadeiras escolhidas. A resposta que recebi durante os seis meses que lá permaneci foi….nenhuma!
Durante todo o meu Erasmus não recebi um único e-mail da escola, nem da coordenadora de curso. Fiz cadeiras que poderiam não ser aprovadas e senti que realmente o apoio prestado pela escola é nulo. O mesmo se passou no que se refere ao alojamento. Não me deram qualquer referência. Apenas me deram o e-mail de alunos que já lá tinham estado em anos anteriores, mas não por iniciativa própria
Apesar do sucedido, consegui fazer tudo que me propus e trazer 30 créditos para as respectivas equivalências.
Nem tudo foi negativo. No final do ano lectivo, o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) fez o balanço do dinheiro atribuído às bolsas de Erasmus e verificou que sobraram verbas, visto que não foram preenchidas todas as vagas disponíveis para esse ano. Foi então que vi a minha conta bancária com mais uns euros, que me ajudaram a compensar o investimento que fiz e, também, de certo modo, a falta de apoio da ESEC.
E porque tudo está bem quando acaba bem, posso afirmar que o meu Erasmus me enriqueceu muito a nível pessoal, cultural e profissional. Foi, sem dúvida, uma experiência única. Desengane-se quem pensa que um Erasmus é só festa. Também é, mas não só. Erasmus é sinónimo de diversão, estudo, trabalho, viagens, amigos, conhecimento, frio, calor, etc. Resumindo é Coimbra2 (ao quadrado)! Vasco Pinto
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Correio de Erasmus
Nem tudo o que começa mal acaba mal
às
22:37
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