entrevista
“Todos podem entrar no Mercado Solidário, se trouxeram uma coisa feita por si”. Este é o mote com que a coordenadora, a professora Teresa Cunha, define o projecto que lançou na ESEC.
O que é o Mercado Solidário?
É um conceito e um instrumento económico de uma economia solidária, não capitalista, em que a base não assenta nem lucro nem nas mais-valias, mas em relações de troca de comércio mais solidário e justas.
Porquê realizá-lo na ESEC?
Porque temos a ideia de que só há uma maneira de comprar e vender, que é no shopping ou no supermercado, e uma maneira de pagar, que é em euros. Há milhões de pessoas no mundo que não têm acesso a dinheiro, por pobreza e miséria e também porque as economias locais têm escassez de dinheiro e têm de sobreviver. Então, inventaram formas diferentes de fazer comércio, sem a existência de dinheiro. Isto pareceu-me interessante, uma vez que estamos num mundo globalizado, em que muitas vezes perdemos a ideia de que o mundo é maior do que aquilo que nós vemos. Assim, queremos mostrar e ver que é possível comprar, vender, suprir necessidades sem recurso a dinheiro. Uma comunidade poder gerir os seus recursos para que todas as pessoas possam ter acesso a produtos e serviços importantes para a sua vida. Pareceu--me interessante fazer essa experiência aqui na ESEC.
A organização é do curso de Animação Socioeducativa mas com algumas parcerias. Quais?
A grande parceria é entre o curso de Animação Socioeducativa, em que todas as turmas estão envolvidas - quase 200 estudantes-, e uma comunidade rural da Granja de Ulmeiro, que já faz este tipo de mercado há três anos. Esta comunidade sabe muito bem como isto funciona. É uma iniciativa intergeracional: quando pensamos nas pessoas mais velhas, pensamos que ou estão nas instituições ou contam estórias antigas. Neste caso, as pessoas mais velhas sabem mais do que nós sobre economia solidária e podemos ter um convívio interessante com estas pessoas.
A moeda oficial é a "justa". Porquê este nome e como vai funcionar?
Não temos dinheiro, mas temos moeda. Dinheiro e moeda não são a mesma coisa. A moeda é local e só vale na ESEC. Cada comunidade tem de pensar na moeda e no valor de referência que faz sentido nessa mesma comunidade. Havia muitas propostas: "solidário", "animação", "esequitas". Escolheu-se "justas", porque tinha de ser um nome que apelasse à justiça, à solidariedade, às trocas de amizade e, por outro lado, que fosse curtinho e nada complicado. No mundo capitalista, a maior parte das economias baseia-se no preço do barril de petróleo; no caso da ESEC, pensámos no que vale muito para os estudantes, o que pode ser um valor de referência. Chegou-se a um consenso sobre aquilo que poderia ser um portfólio de competências pessoais e profissionais, que é um dos frutos do trabalho da maior parte dos estudantes da ESEC. Quanto pode valer um portfólio? Chegou-se ao valor de 150 justas e todos os outros valores serão feitos ou indicados tendo como referência o portfólio. Só há uma regra para entrar no MS: todos podem entrar, se trouxeram uma coisa feita por si, fruto do seu trabalho. Quando se inscrevem com um produto ou serviço, há um banco que oferece 500 justas em troca do produto ou trabalho. É com essa moeda que se vai vender e comprar. Depois funciona como outro mercado qualquer. O banco só dá o primeiro crédito em troca do serviço ou produto, para todos terem igualdade de oportunidades.
O que podemos encontrar neste mercado?
Muitos produtos da terra, que as pessoas cultivam ou produzem, desde frutas, legumes, vinho, batatas... Também há produtos alimentares confeccionados, como compotas, bolos, mel, molhos… Vamos ter uma secção de artesanato urbano, que é feito pela malta mais nova - porta-retratos, écharpes, bijuteria. E temos uma secção de artesanato mais tradicional: panos da loiça, bordados, saquinhos para o pão, rendas, coisas feitas por moças mais novas e mulheres mais velhas, coisas que podem constituir bonitos presentes para dar à mãe ou à avó no Natal. Haverá ainda uma secção de serviços, como contar histórias, manicura, aulas de voz, de canto, boleias, depende daquilo que cada pessoa pode e quer dar neste contexto. Tem uma infra-estrutura simples, uma vez que não temos grandes recursos. Grupo 5
O que é o Mercado Solidário?
É um conceito e um instrumento económico de uma economia solidária, não capitalista, em que a base não assenta nem lucro nem nas mais-valias, mas em relações de troca de comércio mais solidário e justas.
Porquê realizá-lo na ESEC?
Porque temos a ideia de que só há uma maneira de comprar e vender, que é no shopping ou no supermercado, e uma maneira de pagar, que é em euros. Há milhões de pessoas no mundo que não têm acesso a dinheiro, por pobreza e miséria e também porque as economias locais têm escassez de dinheiro e têm de sobreviver. Então, inventaram formas diferentes de fazer comércio, sem a existência de dinheiro. Isto pareceu-me interessante, uma vez que estamos num mundo globalizado, em que muitas vezes perdemos a ideia de que o mundo é maior do que aquilo que nós vemos. Assim, queremos mostrar e ver que é possível comprar, vender, suprir necessidades sem recurso a dinheiro. Uma comunidade poder gerir os seus recursos para que todas as pessoas possam ter acesso a produtos e serviços importantes para a sua vida. Pareceu--me interessante fazer essa experiência aqui na ESEC.
A organização é do curso de Animação Socioeducativa mas com algumas parcerias. Quais?
A grande parceria é entre o curso de Animação Socioeducativa, em que todas as turmas estão envolvidas - quase 200 estudantes-, e uma comunidade rural da Granja de Ulmeiro, que já faz este tipo de mercado há três anos. Esta comunidade sabe muito bem como isto funciona. É uma iniciativa intergeracional: quando pensamos nas pessoas mais velhas, pensamos que ou estão nas instituições ou contam estórias antigas. Neste caso, as pessoas mais velhas sabem mais do que nós sobre economia solidária e podemos ter um convívio interessante com estas pessoas.
A moeda oficial é a "justa". Porquê este nome e como vai funcionar?
Não temos dinheiro, mas temos moeda. Dinheiro e moeda não são a mesma coisa. A moeda é local e só vale na ESEC. Cada comunidade tem de pensar na moeda e no valor de referência que faz sentido nessa mesma comunidade. Havia muitas propostas: "solidário", "animação", "esequitas". Escolheu-se "justas", porque tinha de ser um nome que apelasse à justiça, à solidariedade, às trocas de amizade e, por outro lado, que fosse curtinho e nada complicado. No mundo capitalista, a maior parte das economias baseia-se no preço do barril de petróleo; no caso da ESEC, pensámos no que vale muito para os estudantes, o que pode ser um valor de referência. Chegou-se a um consenso sobre aquilo que poderia ser um portfólio de competências pessoais e profissionais, que é um dos frutos do trabalho da maior parte dos estudantes da ESEC. Quanto pode valer um portfólio? Chegou-se ao valor de 150 justas e todos os outros valores serão feitos ou indicados tendo como referência o portfólio. Só há uma regra para entrar no MS: todos podem entrar, se trouxeram uma coisa feita por si, fruto do seu trabalho. Quando se inscrevem com um produto ou serviço, há um banco que oferece 500 justas em troca do produto ou trabalho. É com essa moeda que se vai vender e comprar. Depois funciona como outro mercado qualquer. O banco só dá o primeiro crédito em troca do serviço ou produto, para todos terem igualdade de oportunidades.
O que podemos encontrar neste mercado?
Muitos produtos da terra, que as pessoas cultivam ou produzem, desde frutas, legumes, vinho, batatas... Também há produtos alimentares confeccionados, como compotas, bolos, mel, molhos… Vamos ter uma secção de artesanato urbano, que é feito pela malta mais nova - porta-retratos, écharpes, bijuteria. E temos uma secção de artesanato mais tradicional: panos da loiça, bordados, saquinhos para o pão, rendas, coisas feitas por moças mais novas e mulheres mais velhas, coisas que podem constituir bonitos presentes para dar à mãe ou à avó no Natal. Haverá ainda uma secção de serviços, como contar histórias, manicura, aulas de voz, de canto, boleias, depende daquilo que cada pessoa pode e quer dar neste contexto. Tem uma infra-estrutura simples, uma vez que não temos grandes recursos. Grupo 5
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