Há dias assim. Em que me sento em frente ao computador, para escrever, e não sai nada de jeito. E com a pressão da escola, as coisas pioram. (Imagine-se então em pleno mercado de trabalho, com horários e prazos para cumprir! Enfim…) Esta crónica para o Cl@sse-Media, para Atelier de Imprensa, está a dar cabo de mim! Tanto tema que pode ser tratado, sobre o qual posso dissertar e dizer o que me apetece! Mas é tudo tão vasto, com tanto por onde se lhe pegar!
Já pensei em tentar escrever sobre o diferendo entre o José Rodrigues dos Santos (JRS) e a RTP imensas vezes, e abordá-lo sob várias perspectivas. Por exemplo, podia tratar das interferências da administração da RTP nas decisões que cabem ao Director de Informação e que levaram à demissão de JRS em 2004; ou talvez comparar este caso com o que aconteceu com o Marcelo Rebelo de Sousa ou a Manuela Moura Guedes, que foram afastados ou pressionados a ‘calarem-se’ por interferências dos vários tipos de poder: o executivo de Santana quis abafar as críticas de Marcelo ao Governo; Manuela Moura Guedes foi imediatamente afastada pela Media Capital, quando o grupo económico comprou a TVI.
Já pensei em tentar escrever sobre o diferendo entre o José Rodrigues dos Santos (JRS) e a RTP imensas vezes, e abordá-lo sob várias perspectivas. Por exemplo, podia tratar das interferências da administração da RTP nas decisões que cabem ao Director de Informação e que levaram à demissão de JRS em 2004; ou talvez comparar este caso com o que aconteceu com o Marcelo Rebelo de Sousa ou a Manuela Moura Guedes, que foram afastados ou pressionados a ‘calarem-se’ por interferências dos vários tipos de poder: o executivo de Santana quis abafar as críticas de Marcelo ao Governo; Manuela Moura Guedes foi imediatamente afastada pela Media Capital, quando o grupo económico comprou a TVI.
Depois de desistir desta ideia, pensei também em falar sobre o Natal. Aí, o tema tinha pano para mangas! Talvez mesmo para produzir uma colecção de roupa… Tinha muito por onde desenvolver e vi-me quase grego para produzir um parágrafo coerente e estruturado. Bati com a cabeça imensas vezes na mesa, para ver se me acorria uma ideia, por menos boa que fosse, mas o resultado foram uns quantos galos, muitas dores de cabeça na manhã seguinte e o desespero a ganhar cada vez mais força.
Finalmente, pensei mesmo em falar sobre a crescente importância das mulheres no mundo actual, nomeadamente nos altos cargos de organizações e, especialmente, na política. Pensei logo nos dois exemplos mais recentes: Segolène Royal, em França, e Hillary Clinton, nos Estados Unidos. Até tinha um ângulo de ataque perfeito! Pegava no facto de ser cada vez mais notório o facto de as mulheres começarem finalmente a ter um papel importante na sociedade. Apesar disso, desta defesa convicta da influência crescente das mulheres no mundo, vejo que a sociedade ainda não está preparada para ver materializadas estas mudanças. E isso materializou-se com a derrota de Segolène Royal contra Nicolas Sarkozy, apesar da óptima campanha que conduziu nas presidenciais em França. E espero que tal não venha a acontecer com Hillary Clinton, nas presidenciais norte-americanas em 2009. O mundo precisa de mulheres no poder! No entanto, foi aqui que as coisas começaram a complicar-se e as palavras se atropelaram umas às outras. E não digo isto de forma irónica!
Portanto, cheguei à conclusão de que isto de ser cronista tem muito que se lhe diga! Não é que não tenha algo a dizer sobre isto ou sobre o que de mais se passa no mundo actual! Nada disso, muito pelo contrário! Felizmente tenho as ideias e as minhas opiniões bem alinhavadas na minha cabeça. A verdade é que o tempo escasseia, a pressão e as deadlines apertam e a enorme quantidade de trabalhos académicos pedidos e outros encargos não ajudam a nada! Enfim, se quase nem tenho tempo para respirar, como é que posso ordenar as minhas ideias?
Grupo 4 (João Oliveira)
Grupo 4 (João Oliveira)
Um comentário:
Alguns avisos:
Esta foi a primeira e última vez que publicamos uma crónica sobre a dificuldade em encontrar um tema para uma crónica... Um lugar-comum insuportável no Jornalismo. Admite-se a excepção, porque o autor acaba, efectivamente e de forma irónica, por nos comunicar algo de substancial. Ou quase.
Abre-se aqui também uma excepção, porque - é justo dizê-lo - a crónica está bem escrita.
Por princípio não se editam textos de opinião - salvo correcção de gralhas, problemas de concordância, desatenções enfim. Neste caso, houve aqui alguma interveção, cirúrgica, da parte do 'editor'. Espero que o autor se reveja na versão final e nem dê pelas alterações introduzidas. Altamente improvável é que não repare na introdução de um título (esse pequeno pormenor) que, tal como a imagem, foi escolhido pelo 'editor'. Pode não ser grande coisa, nem o título nem o 'editor', mas este pelo menos esforçou-se...
'Nullum crimen sine lege, nulla cronicae sine titullum', OK?
Álvaro Vieira
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