domingo, 16 de dezembro de 2007

Alunos de Comunicação Social
da ESEC preocupados com futuro

No próximo ano, o curso de Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) vai ter o dobro dos licenciados, já que os alunos que frequentam actualmente os 2º e 3º anos vão concluir a licenciatura na mesma altura, o que está a preocupar os estudantes, que temem ver aumentar o risco de ficar no desemprego.
Álvaro Bastos, do 3º ano, considera que, com esta medida, é “desemprego na certa” já que “o mercado está saturado”. Diana Oliveira, outra futura licenciada, também no 3º ano, acha que só vai beneficiar os alunos do 2º ano: “Nós temos mais um ano de formação do que eles, mas em créditos isso não vale nada”. A aluna ironiza, antecipando um cenário de 60 pessoas em “concorrência nas caixas do Continente, Modelo e Jumbo”.
Opinião semelhante têm os alunos que frequentam o 2º ano, preocupados com a concorrência na procura de estágios curriculares e, posteriormente, na entrada para o mercado de trabalho. Já quanto à justiça da decisão, as opiniões dividem-se. Ana Antunes, do 2º ano, diz que “os alunos que agora estão no 3º ano vão ter vantagens”, referindo-se à possibilidade de serem privilegiados na escolha do local de estágio. Em contraponto, Carlos Soares, do 2º ano, acha “injusto os alunos do 2º ano apanharem os do 3º”.
A reestruturação do curso de Comunicação Social foi decidida em Conselho Científico e, apesar de os alunos discordarem, Cristina Faria, vice-presidente do Conselho Directivo, explica o motivo: “Se os alunos que estão agora no 3º acabassem já este ano o curso, não estariam preparados para o mercado de trabalho”. O curso nos dois primeiros anos é mais virado para as cadeiras teóricas e esta medida pretende preparar os alunos para a prática. “Era impossível leccionar as cadeiras de especificidade num só semestre porque o 2º semestre do último ano é ocupado com o estágio”, esclarece.
O problema é que o mercado de trabalho está cada vez mais cheio como comprova Álvaro Vieira, jornalista do ”Público” e actualmente docente na ESEC. Conhecedor das dificuldades de inserção profissional de estagiários, o professor afirma que “o momento não é famoso para a generalidade dos meios de comunicação e alerta: “Se acontecer o mesmo noutros estabelecimentos de ensino, vai ser muito complicado para os recém-licenciados”.
O que se nota em todos os estudantes é ainda uma certa desconfiança no que respeita às mudanças que o processo de Bolonha traz e em que medida os irão afectar. Apesar das incertezas, os alunos estão agradados com a maior vertente prática do novo sistema.

João Pedro Sismeiro / 3º Comunicação Social

Nenhum comentário:

 

Classe Media © 2007 Álvaro Vieira